terça-feira, 26 de julho de 2011

CHIQUINHA GONZAGA-MARCOS TOLEDO

CHIQUINHA GONZAGA



Tinha um padrinho militar austero - Caxias-
 e pai general, mas ela queria carnaval.


Gostava de lundu, umbigada e ritmos populares
 vindos das rodas dos escravos dos palmares.


Novinha ainda, casou-se por imposição
 e, rapidamente, cansou-se da reclusão.


Sentiu-se posta de lado pelo marido marinheiro,
separou-se - um escândalo - e sem dinheiro.


Levou um filho, somente, deixou mais dois,
 o marido austero, não a deixou vê-los, depois.


Logo reencontrou um grande amor do passado;
teve uma filha e separou-se dele - achava-o safado.


Mesmo assim, nunca foi uma mãe ausente;
fez de tudo para ser sempre presente.


Tocou em lojas de piano e deu aulas do instrumento
para sustentar-se e ao filho - não queria sofrimento.

Um dia, na meia idade, encontrou o grande amor,
mas o preconceito vigente provocou-lhe muita dor.

Ela com 52 e ele com 16, mas um lindo artista;
um verdadeiro aprendiz de musicista.

Finalmente, depois de tanto preconceito,
foi viver em Lisboa o seu amor perfeito.

Viveu um grande amor de sentimentos e carnal,
até que faleceu,  no início de um carnaval.


AMÉM
Marcos Toledo

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