sexta-feira, 8 de julho de 2011

CASTRO ALVES-MARCOS TOLEDO

CASTRO ALVES



De uma beleza estupenda,

sagaz nas letras, sem reprimenda.

Tinha as próprias opiniões

e tomava suas decisões.

 Saiu de casa para Recife

para tentar cursar Direito,

 mas na prova  não passou:

 apesar de inteligente,

o objetivo não alcançou.

Para tudo era chamado,

convidado para recitais, teatros,

já era um forte indício 

de que deixaria rastros.

Muito novo ainda, adoeceu,

mas sua poesia sobreviveu.

A cada tosse sangrenta,

 um poema surgia no papel,

e também era apaixonado

 por quem se apresentava

no teatro Santa Isabel.

Com força e muita fé,

 a prova de Direito foi vencida,

mas teve grande decaída

por causa  do irmão suicida.

 Amava  Eugenia Câmara

que também era atriz;

e exerceu o Direito,

como ele sempre quis.

Perfeccionista,  exigia tudo bem feito.

Doente, foi descansar em Caetié,

e, numa caçada, deu um tiro no pé.

De nada adiantavam remédios;

 foi procurar um cirurgião

que, para salvar-lhe a vida,

do pé fez a amputação.

Triste, viu Eugenia representar,

 pela última vez, de coração na mão.

Mutilado, voltou para sua família,

 para as áreas do sertão.

Sua última aparição,

 numa récita beneficente,

foi feita com muita dor.

Num lindo solar da família,

ele nos deixou, em Salvador.

Amém
Marcos Toledo
 

Nenhum comentário: