sexta-feira, 29 de junho de 2012

ELES NÃO SAO REAIS-MARCOS TOLEDO

ELES NÃO SÃO REAIS



       Analisando alguns romances, observei que seus personagens não são reais...

 ou são? São brigas, sexos, intrigas e falácias num ritmo alucinante. Não os vejo

almoçar, jantar e nem ir ao banheiro, coisas comuns a todos os seres humanos.

Seus autores dizem assim:  “Julio  convida  Matilde  para jantar”...     ”No jantar,

Matilde o  interpela  sobre  seu  trabalho”...  ,“Na  saída do restaurante, seu

carro aparece danificado”...

        Muito bem! Comeram o quê? Beberam o quê? Em que momento levou

 o  garfo à boca?   Lavaram as mãos  para  se  sentar à mesa?  São tantas

 as perguntas,  que me chamam de louco!

        Talvez esses personagens façam isso, mas só se o fazem nos momentos em

 que deixo o livro de lado para ir jantar de verdade, na minha casa, ou nas

 horas de sono que tenho.

         Você nunca se perguntou sobre isso? Caramba! Já leu um romance ardente,

 onde um casal até perde o fôlego se amando e, ao final, nem vai ao banheiro

 se lavar? Simplesmente, aparecem em outra cena, como num passe de mágica.

 Hum... esses personagens devem ter um “futum” terrível!

          Li, certa vez, que um sujeito  ia ao encontro do  seu  grande  amor,  debaixo

 de um temporal horrível e espirrava como um condenado. Ao chegar  à  casa

 da sua amada, entrou, pegando-a na cama com outro sujeito.  Eu heim!

 Como pode alguém entrar na casa dos outros sem se anunciar?  E, mesmo que

 entrasse, estaria completamente molhado, de capa e guarda-chuva. E como

 não fez o mínimo de barulho, a ponto de não ser ouvido  pelos amantes ?

 Não estou aqui defendendo os amantes, mas sim indagando: como pode isso?

 E os espirros? Cessaram de repente? Hum... estranho!

         Não preciso comentar os  romances  policiais  que,  em  sua  maioria,  são

 extremamente obsurdos e deixam várias pistas para o leitor, mas que, ao final,

mostra como assassino, o mordomo. Ridículo isso!

         Um dia, pretendo ser escritor e, quando o for, vocês verão: meus personagens

 serão pessoas normais que vão ao banheiro, usam dentaduras, soltam gases,

 comem comidas de verdades e suam quando fazem amor. Ah! E tomam

 banho, depois de fazerem sexo, também, como todo mundo.

                                               

                                                     Amém

                                               Marcos Toledo
 

JUNTOS-MAVI LAMAS

JUNTOS

Mavi Lamas



Quando a gente acredita num amor

e esse amor vira paixão

vira também o ar que a gente respira

a essencia de tudo

e sem a gente saber vira sombra fiel

seguindo passos em silêncio

não importa o caminho

não importa o chaõ

como se fosse possivel enfrentar o nada

como se naõ houvesse um amanhã

como se não existisse o pecado



Sou abençoada porque vou te beijar a boca

te prender num abraço

escutar teus gemidos

tuas confissões

seremos loucos e irresponsáveis juntos

amantes juntos

culpados unidos

Teu olhar em meu olhar refletido
teu sensual olor...
Permitida, entrego-me sem pudor
Repleta de ti
- a esse desejo possessor

quinta-feira, 28 de junho de 2012

EU SOU-LI TORETTE

Sou uma camaleoa

Me transformo depende do momento

Sou loira sou ruiva

Sou alegre e sou triste

Me adpato a situação

Sou sol e  lua

Sou a determinação em pessoa

Tenho sonhos esperanças

Eu faço acontecer

Me transformo em luz ou  escuridão

Depende da ocasião

Posso ser doce ou amarga

Depende de você

Eu sou assim

Uma pessoa de mil faces

Eu sou apenas eu

Uma pessoa feliz e nada mais





By li Torette


quarta-feira, 27 de junho de 2012

LOBISOMEM-MARCOS TOLEDO



      Hoje é o dia do meu aniversário – dezoito anos. Para mim, é o pior dia da minha vida, pois é quando saberei a verdade sobre mim.
      Horrível esse início, não acha? Mas eu explico.
      Sou o oitavo filho de uma família e o único homem entre sete mulheres, ou seja, passei minha infância e adolescência ouvindo todos dizerem que no dia em que completasse dezoito anos viraria lobisomem – eu deveria rezar para que, nesse dia, não houvesse lua cheia, senão...
      Com medo dessa lenda, saio de casa sorrateiramente, vou para o meio do mato, sento-me em um tronco seco, olho para o céu e vejo a lua cheia – minha garganta ronca de nervoso... será?
      Como não tenho relógio, fico imaginando que horas devem ser; a lenda diz que à meia-noite me transformarei... ou não?!
       Peço para todos os santos possíveis e imagináveis não deixarem isso acontecer, mas algo começa a ocorrer em mim: calafrios, tremedeiras, ardência nos olhos. Corro para o meio da mata, chorando, com medo. Então, era verdade?! Viraria um lobisomem?!  Por quê? Prefiro morrer a ter de passar a vida a fugir e fazer mal a alguém.
       Quando paro, estou próximo ao lago em que, por muitas vezes, nadei, sorri e brinquei. Escuto algo se mexer na folhagem da margem do rio e pergunto alto:
        – Quem está aí?
        Em resposta, uma voz feminina diz:
        – Fique calmo, não vou lhe fazer mal!
        Como não vejo quem é, volto a perguntar:
        – Quem é você? Apareça!
        – De repente, ela aparece, é a mulher mais linda que já vi, está com uma das mãos esticadas e fala macio – coisas doces – parece música saída de um instrumento.
        Hesito em dar-lhe a mão; pergunto por que toma banho no rio a essa hora da noite, se não sente medo, pode aparecer um bicho qualquer...
        Ela, então, olha para mim, sorri, pede novamente minha mão, começa a cantar suavemente e diz:
         – Eu sou a Mãe D´água, meu amigo lobisomem, venha comigo e acabarei com seu sofrimento.
                              AMÉM
                           Marcos Toledo

MIMO



      Hoje é o dia do meu aniversário – dezoito anos. Para mim, é o pior dia da minha vida, pois é quando saberei a verdade sobre mim.
      Horrível esse início, não acha? Mas eu explico.
      Sou o oitavo filho de uma família e o único homem entre sete mulheres, ou seja, passei minha infância e adolescência ouvindo todos dizerem que no dia em que completasse dezoito anos viraria lobisomem – eu deveria rezar para que, nesse dia, não houvesse lua cheia, senão...
      Com medo dessa lenda, saio de casa sorrateiramente, vou para o meio do mato, sento-me em um tronco seco, olho para o céu e vejo a lua cheia – minha garganta ronca de nervoso... será?
      Como não tenho relógio, fico imaginando que horas devem ser; a lenda diz que à meia-noite me transformarei... ou não?!
       Peço para todos os santos possíveis e imagináveis não deixarem isso acontecer, mas algo começa a ocorrer em mim: calafrios, tremedeiras, ardência nos olhos. Corro para o meio da mata, chorando, com medo. Então, era verdade?! Viraria um lobisomem?!  Por quê? Prefiro morrer a ter de passar a vida a fugir e fazer mal a alguém.
       Quando paro, estou próximo ao lago em que, por muitas vezes, nadei, sorri e brinquei. Escuto algo se mexer na folhagem da margem do rio e pergunto alto:
        – Quem está aí?
        Em resposta, uma voz feminina diz:
        – Fique calmo, não vou lhe fazer mal!
        Como não vejo quem é, volto a perguntar:
        – Quem é você? Apareça!
        – De repente, ela aparece, é a mulher mais linda que já vi, está com uma das mãos esticadas e fala macio – coisas doces – parece música saída de um instrumento.
        Hesito em dar-lhe a mão; pergunto por que toma banho no rio a essa hora da noite, se não sente medo, pode aparecer um bicho qualquer...
        Ela, então, olha para mim, sorri, pede novamente minha mão, começa a cantar suavemente e diz:
         – Eu sou a Mãe D´água, meu amigo lobisomem, venha comigo e acabarei com seu sofrimento.
                              AMÉM
                           Marcos Toledo

VENHA-LI TORETTE

Queria saber quem é você ?

Que povoa minhas idéias

Porque  sinto me observada

Olhos para os lados e nada

Meu coração acelera

Algo  novo esta no ar

Sinto-me uma adolescente

Um novo sentimento adentra  minha alma

Não sei quem você é

A felicidade me faz companhia

A ansiedade chega

Me pergunto quem és tu

És meu amor

És meu amigo?

Meu coração bate descompasado

Sinto sua presença

Seu cheiro marca sua visita

Mas não o encontro

Ficarei aqui observando 

E te procurando

Pois sei que meu amor

Está aqui por perto

 sua presença em minha vida

Já foi marcada tem hora e lugar

 espero na rua do amor

Com esquina da felicidade

Num momento chamado sempre

 além da eternidade

 sei que meu amor está para chegar




                                                                       By Li Torette

SEPARADA-MARCOS TOLEDO

SEPARADA

   

  Hoje acordei mais cedo do que o normal, mas com uma felicidade inimaginável

 estampada no rosto, pois passei minha primeira noite sem aquele sujeito roncando

ao meu lado.
     Calma, eu explico: depois de trinta anos de casada, pedi a separação, após

 descobrir que ele tinha uma amante. Na hora, quis morrer, sair correndo sem rumo,

 me envenenar, gritar, sei lá, queria fazer alguma coisa... Descobri que a dita amante

 tinha metade da minha idade! Credo, que ódio senti de mim e de ter envelhecido,

 mas, depois com a cabeça mais leve, calma, vi que ela é que estava levando a pior,

 pois ja tinha tirado todo o caldo daquele traste.
      Ele tinha a minha idade, cinquenta e seis anos, e já não era lá esse homem todo

na cama – pelo menos comigo, funcionava de três em três meses. Dinheiro eu tenho,

 pois sempre trabalhei e ainda ia ficar com boa parte do nosso patrimônio, o que

 não era pouco. A saúde dele também não era perfeita, havia sofrido um enfarte

 leve, e eu pensava ser essa a razão dele não me procurar tanto. Então pensei –

 acho que estou com sorte; quem vai ser a enfermeira dele é aquela lá, e não eu.
       Fui para o banheiro e, de propósito, não fechei a porta. Liguei o rádio numa

 estação de música, o que não fazia há muito tempo – ele ouvia só notícias, e ai de

mim se trocasse... era falatório até ele sair para o escritório.
       Agora vinha a pior tarefa: falar com meus dois filhos sobre a separação,

 mas acreditava que eles aceitariam numa boa, pois sempre estiveram do meu lado e

 não seria dessa vez que iriam criticar minha atitude, até porque eu era a vítima

 dessa história.
       Parecia que o mundo estava sabendo que eu estava solteira, pois apesar de

 sempre ter dado uma caprichada no visual, me maquiei mais e coloquei aquele

 vestido que não usava há muito tempo e era bem sexy.
      O porteiro estava passando uma vassoura no corredor e ao me ver arregalou

 os olhos e foi abrir a porta para mim. Agradeci-lhe, retribuindo a gentileza com

 um largo sorriso. Peguei meu carro e, na saída da garagem, um carro parou para

 eu sair, o que quase não acontecia. Ao parar no sinal, recebi uma piscadela de um

 sujeito num tremendo carrão, e o cara parecia ter a metade da minha idade! Será

 que tinha saído no jornal a minha separação e eu não sabia, ou será que eu é que

 não tinha olhos para isso tudo à minha volta?
      Sei lá, só sei dizer que estava me sentindo ótima, e não seriam meus filhos que

 iriam tirar isso de mim e, claro, muito menos meu ex-marido que, pelo visto,

 logo ia quebrar a cara e querer voltar. Já tinha visto esse filme com outras amigas

 e nunca dera certo; a volta era pior do que a saída.  Já que decidira isso – e quem

 não decidiria ao saber que estava sendo traída? – eu seguiria em frente. Eu heim!

 Agora ia viver o que não tinha vivido com ele ou por causa dele.
      Graças a Deus, meus filhos entenderam e disseram que a vida era nossa e no

 que decidíssemos eles nos apoiariam, pois eram nossos filhos e não nossos donos.
      Saí da casa de um deles, onde nos reunimos, ja à noitinha; peguei o carro para

 ir embora e resolvi dar uma volta maior que o normal para ver a cidade. Agora, minha

 vista via tudo de outra forma. Na avenida, o pneu do carro furou e demorei quase

 dez minutos procurando onde ficava o estepe.  Logo que achei, parou um motorista

 para me auxiliar; aceitei e, quando quis gratificar o rapaz, ele disse que aceitaria,

 sim, um chope no bar próximo. Achei aquilo um abuso e ia dar-lhe um fora,

 mas me lembrei que estava solteira e aceitei.
      E não é que meu ex-marido tinha razão? Sair com pessoas mais novas que nós,

 é bom demais! Saio com esse rapaz sempre que estou só. Ligo para ele e lá vamos

 nós, namorar em algum lugar romântico.
      Amém
      Marcos Toledo


terça-feira, 26 de junho de 2012

NO TEMPO-MAVI LAMAS

NO TEMPO

Mavi Lamas







Viví bastante

Para enfrentar opiniões

Não... para ficar horas bordando

Ou aprendendo receitas culinárias





Usarei salto  alto

Batom vermelho

E o chapéu que sempre sonhei





Vestido entreaberto

Iluminará caminhos

E outras mulheres dirão:

(Entre ânsias e desejos)

Eu também ousarei...





Serei líder sem querer

Desejo é caminhar por aí...

Pelas calçadas, sem horários

Olhar vitrines, me deslumbrar...

Comprar supérfluos...

Namorar...



Data:

Passado , Presente , Futuro.

Em qualquer lugar...
















quinta-feira, 21 de junho de 2012

VEM COMIGO-LI TORETTE

Queria pela vida poetar

E não lamentar

Como é bom sorrir e ser feliz

Poetar eu vou e não chorar

 lamúrias em minha vida

Não tem  lugar

 escrever sobre as alegrias

Esquecer um pouco das dificuldades

Pois sei que nada é fácil

Vou por ai borboletando e poetando

Sou uma aprendiz de poeta

Quero te alegrar vou filosofar

Juntos vamos levando

A vida comemorando

Alegrias e tristezas vou por ai

As alegrias levo comigo

A tristeza vou deixando

Hoje já poetei

Agora vou saindo

E deixando meu carinho

Dessa humilde amiga

Que vai pela vida caminhando

Lendo aprendendo e compartilhando

Decide te convidar vem comigo poetar





By Li Torette


quarta-feira, 20 de junho de 2012

SUFÔCO-MAVI LAMAS

SUFÔCO

Mavi Lamas



Saio apressada...

Cansadas crianças esperneiam

Mães gritam

Oferecem sorvete, pipocas, tudo...

Impotentes, arrastam os filhos

Mães de psicologia de jornal

Do outro lado da rua,

Do viaduto, do fim do mês

Êle me aguarda...



Onibus cheios

As ruas transbordam pessoas

Calçadas, barracas, comidas

Bocas esfomeadas...

Do outro lado dos balcões

Das esquinas

Êle me aguarda...



O sol se põe...

Começa a criar sombras

Me bate uma crise de identidade

O que faço no mundo?...

O que faço na cidade?...



De repente..

Entro no espírito dos que consomem

Me vejo fazendo compras

Não encontro o que procuro...

Do outro lado das sombras

Êle me espera...



Doem-me as batatas das pernas.

Doem-me as batatas das coxas

E nem me pergunto

Se coxas têm batatas...

Reconheço estou perdida

E não identifico atalhos

Do outro lado do longe...

E do perto...

Êle me aguarda...



A memória me relata...

Estou perto da rua da saudade

Homens tatuados passeiam

Exibem suas figuras

Crianças trafegam no meio do transito

Tentam limpar os vidros dos carros...

Do outro lado

De qualquer circunstância

E situação caótica..

Ele me aguarda...



Tropeço sobre meus passos

Não resisto mais...

Entro na primeira porta

Na penumbra...

È silêncio e refúgio



Êle vem ao meu encontro..

Tento falar...

Êle coloca a mão na minha boca :

Você veio é o que importa...



Horas depois saio igual 

A quem nunca ouviu falar

Em pernas e coxas cansadas

Com batatas ou não...

Luzes brilham sobre o asfalto...