terça-feira, 10 de julho de 2012

EQUILIBRIO-MAVI LAMAS

EQUILÍBRIO

Mavi Lamas



Para ti :Trouxe da feira hippie

Ao olhar para o par de brincos

Discrespantes e díspares

Logo ví que me trariam problemas

Um deles um pequeno " S"

Enrodilhado e tímido

O outro , uma cascata de salpicos de chuva

Pingentes de candelabros

Saia de franjas, tanga indígena

Que mais sei eu?

Um " A " fantasiado de centopéia

Com uma pedra entre ametista e nácar

Digna da princesa de Bagdá

Minha alma quase enferma

Pôs-se a matutar solução

Presente de filho não se tranca

Até porque me foi dito, parece contigo



Parecido comigo?Pelo desemparelhado dos meus dias?

Pelo furacão a sacudir meus ais, canaviais

Hospitais, memoriais, sensuais?

Escolhí o dia...De tanto inquirir, me veio a solução fugaz

Tenho que descobrir antes de usá-los

O peso de meus lados

No mais leve o candelabro

Ponho o S na orelha inversa

Contrapartida do meu tumulto interior

Em perfeito equilibrio,sigo convicta de meu acerto

Sigo no transito já causando confusão

Enquanto olho-me no espelho retrovisor

Buzinas atordoam-me. na lei do transito dos adornos



Pergunto ao engenheiro de estrutura a solução

Que me diz: de um só lado

um balanço...sei não ...não garanto....



Um juiz...Estavas tu  sem os pratos da justiça?

Queres usá-los? Consulta as leis...

O médico...Sempre estão do mesmo lado?

Brincos desiguais? mas se assim és?

Queres tu a mesmice , a chatice?

Por que não ser como a Alice que atravessou o espelho

E tanto pintou com o coelho?

Tensa, pergunto ao poeta :

Brincos desiguais? Melhor não te-los...mas se não te-los como sabe-los?

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