ECOS DA ALMA
Mavi Lamas
Me assusta
Ser portadora , ser boca
Ser a dona da palavra sem dono
Ser a dona da verdade
De tanto dono que tem
me assusta a paixão que habita o imaginário
Onde as suplicas se expandem sem limites...
Me acalma...Ser cópia
Ser espelho, semelhante
Ser alguém na multidão
do amor que deseja ser amado
do sonho que insiste em nascer
Escrevo o amor
E a vida fica perto...da janela...Das pessoas,
Perto...das ilusões perdidas...Dos desenganos
E outros nomes...
Me consola ser diferente, e sentir a alegria
De ser igual a tanta gente...
Me consola...Depois da lágrima
Na solidão da madrugada
Quando estou só e na calma da noite
Poder escrever um poema
A noite fala por si só
Ou melhor, solfeja, semeia
E cria no silêncio um deserto de pedras
Depois de muitas vozes...
Depois de muitas...Depois de ...Depois...
Silêncio...
Nenhum comentário:
Postar um comentário