O ABACATEIRO BOMBEIRO
Quando crianças, morávamos numa casa enorme num subúrbio, com um quintal maravilhoso onde tínhamos vários tipos de árvores frutíferas que serviam de parque de diversão para mim e meus irmãos.
Dentre as árvores, havia um abacateiro enorme que era nossa paixão: nós o chamávamos de pai das árvores, por causa do seu tamanho. Ele era um esconderijo perfeito, devido à sua altura.
Um dia, pegamos papai conversando com a mamãe; ele dizia que ia cortar o abacateiro e minha mãe pedia para que ele não fizesse aquilo, pois nós adorávamos brincar nele e, além disso, o abacateiro tinha várias utilidades medicinais.
Papai riu para ela e disse que nunca tinha visto a árvore servir para coisa alguma a não ser pelo fruto que usávamos para uma boa vitamina, e que já estava cheio dela.
Mamãe continuou insistindo e disse que a árvore servia para afta, amigdalite, bronquite, diarreia e muitos outros males. Papai olhou para ela e disse que aquilo era loucura dela e que ninguém ali em casa jamais usara a árvore para o que ela citava . Mamãe disse que usáramos sim, pois ele mesmo já tinha tomado um chá morninho com folhas e mel para uma tosse
que não parava de jeito nenhum. Papai olhou para ela e disse: mesmo assim , amanhã vou cortar essa árvore enorme e inútil.
que não parava de jeito nenhum. Papai olhou para ela e disse: mesmo assim , amanhã vou cortar essa árvore enorme e inútil.
Naquela noite, aconteceu algo que ninguém esperava: uma fábrica de tecidos que havia ao lado da nossa casa começou a pegar fogo, e as chamas já estavam chegando à casa.
Os bombeiros foram chamados, mas não conseguiram acessar as chamas pela frente da fábrica, então entraram em nossa casa e subiram no abacateiro, conseguindo apagar o fogo por ali.
Ao terminar tudo, o chefe dos bombeiros foi agradecer ao meu pai por ter permitido a entrada deles e acrescentou: meu amigo, ainda bem que o senhor tem um abacateiro bombeiro, como esse aqui, que nos suportou muito bem em cima dele, senão, agora, a sua casa estaria completamente incendiada junto com a fábrica!
Quando todos saíram, papai ficou ali, pensativo, olhando para o abacateiro, imponente e cheio de frutos e disse: é, amigo, você foi salvo por um milagre! Acho que não vou cortá-lo mais não.
Nesse instante, caiu no chão um enorme abacate, bem próximo a papai, como se fosse um sinal de agradecimento.
Ah! Ele existe até hoje! Vá lá em casa qualquer dia, comer um abacate gostosão, daqueles que só ele nos dá!
AMÉM
Marcos Toledo
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